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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Homenagem a um ser puro - e a reflexão sobre o desapego





Querida Maggie, partiu em sua caminhada ao infinito. Não pensei que fosse me apegar a um pequeno esquilo, mas ela era muito bonitinha...Boa viagem amiguinha...

O desapego... palavra em moda nos estudos espíritas. Mas é fácil fazer? Ou apenas temos a teoria em nossa mente, mas ao tentar praticar nos damos "com os burros n'água"? Vamos pensar um pouco...

Nestes momentos de tristeza, percebo o quanto somos apegados à vida corpórea. Basta um animal de nossa convivência diária partir, que nos colocamos em prantos. Como é então com nossos entes mais queridos? Sofremos muito, choramos, gritamos, esperneamos, vamos ao chão... ás vezes literalmente.

Reflexões... Por quê? Porque somos ainda muito materialistas. Nestes momentos ainda não temos o desprendimento da carne para lembrar que numa existência podemos ter várias vidas. E que todos nos encontraremos no plano espiritual. E que aquela pequena vida se esvai, mas fica o seu legado. Sua pureza, sua alegria, o contentamento que nos trás. Ontem mesmo eu escutei na casa de estudos sistematizados aquela famosa frase: "Quanto mais conheço os seres humanos, mais gosto do meu cachorro". Talvez porque nossos animais de estimação sejam nossos espelhos que não falam. Não fazem as coisas por mal... agem por instinto, por necessidades mais ligadas à sobrevivência do que com as paixões. Essas paixões que nos fazem cometer os maiores delitos. Como diz Divaldo Franco em suas palestras o convívio com nossas paixões nos fazem reconhecer a nós mesmos como seres irracionais quando isolados em quatro paredes.

O que dirá das nossas paixões cotidianas. Nosso trabalho, nossos amores, nossos pais e nossos filhos, nossos amigos, nossos animais de estimação, etc. Até aí digamos que esteja tudo bem. São situações difíceis e que partem o coração de qualquer um por mais evoluído que seja. Até Jesus chorou quando viu Lázaro morto. Mas e quando se trata de nos desapegarmos do dinheiro, da riqueza, do conforto, do cobertor quente para ir às ruas alimentar os necessitados? Neste pontos temos que ser mais rígidos. Este materialismo é dispensável sim. Não digo completamente, pois nos nossos estudos percebemos que se os bens nos permitem ajudar os demais, seja financeiramente, quanto moralmente, ou até com a geração de trabalho e emprego, ou também nas descobertas e na ciência, os bens podem ser um dos caminhos da evolução.

Mas a paixão que nos cega é a mesma que nos conduz ao infinito das grandes obras, descobrimentos e invenções. Então, por que não entendê-las. tentar domesticá-las. Tratá-las como amigas nos seios maternos. Acariciá-las. Torná-las amigas e confidentes.Transformá-las em amor. O amor é paciente e nobre. Quando o ente se vai, desejamo-lo a luz. E sorrimos, vai meu amor, segue o caminho da paz. Sejas feliz nesta nova etapa. Vai com Deus...

Sem apego, somos frios, esquisitos. Mas com apego excessivo, somos apaixonados, e por si só, falhos.

O equilíbrio é sem dúvida a melhor saída. A saída pela evolução humana. Nem mais, nem menos. Então é com equilíbrio que digo:

- Então, vai Maggie! Com seu jeitinho de bichinho de pelúcia, e sua fragilidade, vai... e leva consigo meu aperto... do fundo do meu coração... rumo à luz do infinito.


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