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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Apelo da criança





Apelo da criança


"Chego ao mundo todos os dias, em busca de
refazimento e evolução. Carrego na alma chagas
do passado, amortizadas pela esperança do
recomeço, esquecidas no envoltório de um
novo corpo. Entretanto, quando mais conto
com a tua ajuda, para me erguer à altura da
tarefa que trago, da prova que planejei ou da
missão a mim outorgada, eis que te vejo de
mãos vazias para me amparar!


Quantas vezes, me deixas na companhia das ruas,
me abandonas à mingua de tudo, sem que eu tenha
boca para pedir socorro, sem que eu tenha mãos para
buscar sustento, sem que eu tenha o espírito
preparado para poder vencer a mim mesmo…


Quantas outras, me empanturras de fantasias malsãs,
de ambições perniciosas, criando-me em castelos de
egoísmo e indiferença, em completo menosprezo
pelo solo da minha alma.


Pobre ou rica, tenho sofrido a violência determinada
pela lei do mais forte: punem-me antes que eu tenha
plena consciência do que seja culpa; moldam-me à
força do chinelo e da coação, como se a educação
de que necessito fosse mera domesticação…


Pobre ou rica, tenho sido explorada em minha
inocência de espírito adormecido em sua maturidade,
e sou desde cedo convocada à mentira, desde cedo
instigada à sensualidade sem propósito, desde cedo acometida pelas doenças sociais de todas as camadas…


E, no entanto, caro adulto, que pensas do futuro,
se não voltas teu olhar benevolente para mim,
a criança? Que mundo transformado pretendes,
se não te lanças com todo o arrojo de tua
alma à minha educação?


Somos tantas neste planeta em transição! Estamos
vindo em massa, em busca de uma oportunidade de ascensão, demandando o privilégio de colaborar
contigo na construção de um amanhã mais
sorridente! 




Peço-te, não me esqueças - pois sou
teu filho, teu aluno, teu neto; sempre teu irmão,
pedindo apenas a quota de amor e paciência de
que preciso para me fazer homem de bem e
companheiro do teu ideal!" 


Meimei

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